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INTERVENÇÃO NO POSTALIS É POLÍTICA E PODE NÃO TRAZER RESULTADOS POSITIVOS PARA A CATEGORIA!


Publicada dia 07/11/2017 09:10

No dia 4 de outubro, o fundo de pensão complementar dos Ecetistas, o Postalis, sofreu intervenção da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC), órgão que fiscaliza os fundos de pensão. A FINDECT acredita e defende que a atitude tem caráter meramente político, e que não vai resolver a situação que levou ao rombo bilionário no Postalis, podendo, ainda, gerar prejuízo aos mais de 104 mil participantes.

A posição da FINDECT se dá a partir da análise da nota técnica que determinou a intervenção no fundo. Segundo informações, o período que será analisado é apenas o referente aos 12 últimos meses. Importante destacar que o grande prejuízo do plano, de responsabilidade de más gestões (politiqueiras) e corrupção – como amplamente divulgado pela mídia – aconteceu entre os anos de 2006 e 2014. As informações, portanto, colocam em cheque a real intenção do interventor: A PREVIC irá analisar e buscar os culpados pelo rombo, ou irá passar panos frios sob a ação dos corruptos?

É importante destacar, ainda, que nos últimos meses, o Postalis tem investido esforços na busca pela recuperação de parte do dinheiro perdido pelo fundo através de investimentos mal feitos, no passado, sob orientação do banco BNY Mellon. Foram contratados advogados brasileiros e estadunidenses, que têm buscado apoio de parlamentares norteamericanos. A FINDECT tem acompanhado a discussão,e participado com o apoio político necessário. No mês de outubro mais de 500 mil Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios nos EUA se solidarizaram e demonstraram apoio aos Ecetistas, no Brasil.

O BNY Mellon é o maior banco de custódia do mundo, com mais de 3 trilhões de dólares em ativos, segundo informações divulgadas no mês de junho deste ano. Isso significa que, além de dominar o mercado financeiro, sua influência política é de grandes proporções.As ações da diretoria do Postalis, no Brasil e exterior, expõem a imagem do Banco. Como o BNY Mellon seria o maior beneficiado pela intervenção, pairam dúvidas se sua “imensa influência” não foi a causadora real da intervenção.

NO PASSADO, FINDECT SOLICITOU INTERVENÇÃO:

Em 2014, a FINDECT e os Sindicatos filiados, em conjunto com a ADCAP e ANAPOST, solicitaram a intervenção da PREVIC no fundo de pensão. O motivo do pedido foi a preocupação com o crescente prejuízo que o fundo alegava, além de suspeitas de corrupção. Em resposta, a PREVIC informou que não havia necessidade da intervenção naquele momento. Pouco tempo depois, os Trabalhadores e Trabalhadoras Ecetistas foram obrigados a aumentar sua contribuição em 23% para cobrir o rombo bilionário do Postalis.

Na CPI dos Fundos de Pensão, O diretor de Fiscalização da Previc falou que “o Postalis tinha uma nova diretoria e que havia mudado consideravelmente os investimentos, concentrando em Títulos Públicos” e que, por isso, não foi feita a intervenção. A pergunta é: os investimentos continuam os mesmos e a diretoria agora tem representantes eleitos pelos participantes. Por que a intervenção?

INTERVENTOR SUSPENDE POSSE DE DIRETORES E CONSELHEIROS ELEITOS PELOS TRABALHADORES:

Os Trabalhadores e Trabalhadoras Ecetistas participaram de um processo de eleição, este ano, onde escolheram 2 conselheiros fiscais, 1 deliberativo e, pela primeira vez, 1 Diretor de benefícios. Na prática, isso significaria a maior participação dos Trabalhadores na administração do fundo de pensão. No entanto, sem fundamentos sólidos, o interventor impediu os eleitos de tomarem posse, desrespeitando a decisão da categoria.

A FINDECT esteve reunida com o senhor Walter Parente, interventor no Postalis, no dia 18 de outubro,  entretanto, para nós, Parente não apresentou nenhuma justificativa objetiva e concreta para não dar posse aos dirigentes e conselheiros democraticamente eleitos. Não aceitamos a imposição deste interventor, e vamos lutar para fazer valer a decisão dos Trabalhadores” afirma o Diretor da FINDECT, eleito Diretor de Benefícios no Postalis, Marcos Sant’aguida.

FINDECT SE POSICIONA CONTRARIA A INTERVENÇÃO:

Após analisar todas as informações, participar de reunião junto ao Interventor no plano de pensão, e investigar a fundo a real intenção da intervenção no Postalis, a FINDECT se posiciona contrária a ela. A decisão foi tomada em reunião da Diretoria da FINDECT, no dia 25 de outubro, em conjunto com a ADCAP e FAACO. A Federação entende que analisar apenas os últimos 12 meses (período em que o PSD vem administrando o fundo, não mais o PMDB/PT) não vai resolver a situação. A FINDECT destaca, ainda, que as demais intervenções realizadas pelo interventor, que hoje está no Postalis, não trouxeram resultados positivos para os assistidos. Além da possibilidade de liquidação do Plano BD, a categoria corre o risco de não ter seu dinheiro recuperado, e nem os responsáveis culpabilizados.

Os mesmos pares políticos que estavam na dirigência do Postalis, na época do rombo, são os que administram a PREVIC hoje. Isso tudo é muito suspeito, e não pode passar em branco para a categoria”, afirma Sant’aguida.

Em reportagem na revista istoé de 2015, a matéria com o título “Os esquemas do ministro motoqueiro”  traz um infográfico, reproduzido abaixo, que relaciona dirigentes da PREVIC à esquemas de corrupção.

Por isso, a FINDECT afirma que continuará acompanhando a intervenção, levando informações à categoria e lutando para que os Trabalhadores não tenham maiores prejuízos em seu fundo de pensão.

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